domingo, 26 de junho de 2016

Os herdeiros sobreviventes da Família Real Portuguesa

D. Maria Pia de Bragança e o irmão D. Manuel II de Portugal

Depois do regicídio de 1908 que vitimou Sua Majestade el-rei D. Carlos I de Portugal e Sua Alteza Real o príncipe D. Luís Filipe de Bragança, só sobreviveram dois filhos do monarca constitucional assassinado: foram eles Sua Alteza o infante D. Manuel de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança (que se tornou, então, no rei D. Manuel II de Portugal) e Sua Alteza a infanta D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança (que se tornou, então, na princesa real de Portugal e duquesa de Bragança. Pela Lei, e por direito sucessório após a morte do irmão, tornar-se-ia na rainha D. Maria III «de jure»).

O Rei D. Carlos I de Portugal com os filhos

OS DESCENDENTES DO REI D. CARLOS I DE PORTUGAL

Do seu casamento com a rainha D. Amélia de Orleães, princesa de França (1865-1951), Sua Majestade Fidelíssima o rei D. Carlos I de Portugal teve os seguintes filhos:
  • D. Luís Filipe de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança, príncipe real de Portugal e duque de Bragança (1887-1908)
  • D. Maria Ana de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança, infanta de Portugal, mas falecida logo após o seu nascimento (1888)
  • D. Manuel de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança, infante de Portugal, duque de Beja, e futuro rei de Portugal (1889-1932)
Com a nobre brasileira D. Maria Amélia de Laredó e Murça, o monarca teve uma filha que legitimou por meio de carta régia:
  • D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança, infanta de Portugal, futura princesa real de Portugal e duquesa de Bragança (1907-1995)
Em virtude da morte inesperada do rei D. Carlos I e do príncipe real, D. Luís Filipe de Bragança, os infantes de Portugal sobreviventes à data do regicídio, D. Manuel e D. Maria Pia de Bragança, subiram ambos um degrau na linha de sucessão: D. Manuel, por ser mais velho e o filho varão, passou imediatamente de infante de Portugal a rei de Portugal; a sua irmã D. Maria Pia, visto ter sido legitimada e lhe terem sido atribuídos direitos dinásticos, passou imediatamente de infanta de Portugal a princesa real de Portugal e a duquesa de Bragança (na qualidade de herdeira aparente do trono até que o seu irmão tivesse filhos, o que nunca veio a acontecer). Após a morte do rei D. Manuel II, por direito conferido pelas Cortes de Lamego, a sua irmã D. Maria Pia de Bragança tornou-se na rainha D. Maria III de Portugal «de jure» (ou seja, pela Lei). Todavia, nunca se autointitulou assim: permaneceu sempre só a fazer uso dos títulos de princesa real de Portugal e duquesa de Bragança.

D. Maria Pia de Bragança, quando era ainda criança

De notar que o principal motivo que levou o rei D. Carlos I de Portugal a legitimar a sua filha bastarda D. Maria Pia foi o facto dele nunca ter recuperado do desgosto da morte prematura da sua primeira filha (morta à nascença), a infanta D. Maria Ana. Além disso, conferiu-lhe um nome pouco comum à época em Portugal e que era, nada mais, nada menos, o nome da sua própria mãe: D. Maria Pia, a princesa de Sabóia.